quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Portões Fechados: A Arrogância de um Juiz e um Porteiro em Xeque

 


                         Portões Fechados: A Arrogância de um Juiz e um Porteiro em Xeque




   Certo dia, um juiz menosprezou o porteiro de um prédio, dizendo: "Eu não preciso de você, sou mais importante que você, não dependo de você para nada."

No dia seguinte, ao voltar para casa, o juiz percebeu algo estranho: o portão não se abriu para que ele entrasse. Ele, então, desceu do carro e gritou pelo porteiro. Os vizinhos informaram que o porteiro havia se demitido, a empresa não tinha ninguém para substituí-lo e havia mais um problema: o último morador, ao entrar, percebeu que o portão travou e não havia como consertá-lo. O juiz, bravo e muito chateado, decidiu procurar um chaveiro.



Chegando a um local onde havia um chaveiro bem-sucedido, que inclusive tinha um porteiro para atender seus clientes, o juiz perguntou onde estava o chaveiro. O porteiro informou que ele havia saído e que não voltaria tão cedo. O juiz, então, perguntou ao porteiro se ele conhecia algum chaveiro por perto, já que precisava entrar em sua residência e o portão estava com problemas. O porteiro respondeu que não, mas que poderia indicar um hotel para o juiz passar a noite.

Sem muitas alternativas e já tarde da noite, o juiz decidiu passar a noite no hotel. Ao chegar lá, não havia porteiro para abrir a porta nem para levar suas bagagens, então o juiz teve que carregar sua bagagem sozinho e dormir ali.




Na manhã seguinte, o juiz foi direto ao trabalho e, para sua surpresa, o porteiro também não estava no tribunal. Em todos os lugares por onde passava, não havia porteiro. O juiz teve que fazer todo o trabalho sozinho. Cansado daquela situação, "Começou a se perguntar, caso voltasse para casa, sobre a possibilidade de terem encontrado um novo porteiro." O condomínio havia resolvido o problema do portão, mas nenhum porteiro queria trabalhar no local, pois todos sabiam que o antigo porteiro havia se demitido. O juiz, agora, tinha que buscar suas correspondências e anotar seus próprios recados, já que não havia mais porteiro para ajudá-lo. Ele começou a perceber o peso de ter que fazer tudo sozinho e passou a refletir sobre o que havia dito ao porteiro.




Com o tempo, o juiz começou a entender que todos dependem uns dos outros: o advogado depende do acusado, e o acusado do advogado; o médico precisa do paciente, e o paciente do médico; o professor precisa do aluno, e o aluno do professor; o policial precisa das ocorrências, e as pessoas dos policiais; o povo precisa do Estado, e o juiz das audiências, assim como as pessoas com processos precisam dos juízes.

Decidido a se desculpar, o juiz resolveu procurar o porteiro que havia humilhado. Pela primeira vez em sua vida, ele estava disposto a pedir desculpas. Depois de muito procurar, o juiz encontrou um velhinho e começou a conversar. O velhinho perguntou o que o juiz estava procurando. O juiz explicou que buscava o porteiro do seu prédio, a quem havia ofendido, mas não sabia seu paradeiro. O velho, então, ofereceu ajuda para encontrá-lo.

Após muito procurar, encontraram o porteiro, mas ele não era mais um simples porteiro. Agora, era dono de um luxuoso hotel de seis estrelas. Espantado, o juiz perguntou: "Você agora é o porteiro ou o gerente deste hotel?" O ex-porteiro, humilde, respondeu: "Deus me concedeu a honra de ser o dono deste lugar." Surpreso, o juiz perguntou como ele havia conseguido dinheiro para comprar um hotel tão luxuoso. O ex-porteiro explicou que havia economizado dinheiro e, ao sair do emprego, investiu na bolsa de valores. Com o que ganhou, decidiu abrir seu próprio hotel de luxo.



Quando o juiz, cheio de remorso, tentou falar mais uma vez com o ex-porteiro, viu uma carta no chão e percebeu que o velhinho havia desaparecido. Dentro do envelope estava escrito: "Deus escolhe as coisas loucas deste mundo para envergonhar as sábias. Ele exalta os humildes, mas abate os exaltados."

O juiz, então, perguntou ao ex-porteiro se ele o perdoava pelo que havia feito. O ex-porteiro respondeu que sim, e que, por causa da atitude do juiz, ele se tornou patrão e jamais humilharia seus funcionários.


Reflexão!


A história é rica em ensinamentos e possui um enredo cativante que explora temas como arrogância, a interdependência das pessoas e a transformação pessoal. A jornada do juiz, de um homem que se sente superior ao porteiro a alguém que aprende sobre humildade e a importância dos outros, é bastante impactante.

Além disso, a ironia do destino, com o ex-porteiro se tornando um empresário de sucesso, é uma virada interessante que provoca reflexão. A moral da história, que ressalta que todos dependemos uns dos outros em diferentes aspectos da vida, é muito relevante e ressoa bem com a experiência humana.


Quem é o velho ?


   A presença do velho na história pode ser interpretada de várias maneiras, adicionando um elemento de mistério e profundidade à narrativa. Aqui estão algumas possíveis interpretações:

Representação da sabedoria: O velho pode simbolizar a sabedoria e a experiência que vêm com a idade. Ele aparece no momento em que o juiz está em busca de perdão, sugerindo que ele tem conhecimento sobre a verdadeira natureza das relações humanas.

Uma figura mística: O velho pode ser visto como uma figura mística ou sobrenatural, talvez um mensageiro de Deus ou um anjo que guia o juiz em sua jornada de autodescoberta e arrependimento.

A consciência do juiz: Ele pode representar a própria consciência do juiz, manifestando-se em forma física para lembrá-lo das consequências de suas ações e da importância da humildade.

Um símbolo de transformação: O fato de o velho ajudar o juiz a encontrar o ex-porteiro e, em seguida, desaparecer, pode simbolizar a transformação que o juiz precisa passar, sugerindo que a jornada dele é interna e não apenas externa.

  O Guardião do Destino: O velho poderia ser visto como uma espécie de guardião ou protetor que observa os caminhos das pessoas. Ele aparece no momento em que o juiz está em crise, simbolizando que as escolhas que fazemos têm consequências, e que é possível redirecionar nosso destino através da humildade e do arrependimento.

  A Personificação do Tempo: O velho pode representar o tempo, que traz consigo a sabedoria das experiências passadas. Sua presença poderia indicar que, à medida que o juiz avança em sua vida, ele deve aprender com os erros do passado e não subestimar os outros.

  Um Antigo Porteiro: Ele poderia ser um ex-porteiro que, em seu passado, teve uma experiência semelhante de menosprezo. Ao ajudar o juiz, ele oferece uma lição de vida, mostrando que o papel de cada um, por mais humilde que seja, é fundamental.

  Uma Metáfora para a Empatia: O velho pode ser um símbolo da empatia, lembrando ao juiz que todos somos interdependentes. Sua sabedoria pode levar o juiz a refletir sobre sua postura arrogante e a necessidade de valorizar a dignidade de cada pessoa, independentemente de sua posição social.

  Um Místico ou Filósofo: O velho poderia ser um místico ou filósofo que, ao longo da vida, acumulou experiências e ensinamentos sobre a natureza humana. Sua sabedoria profunda poderia ser um convite ao juiz para repensar sua visão de mundo e a maneira como trata os outros.

  Uma Manifestação de Consciência Coletiva: Ele pode representar a consciência coletiva da sociedade, lembrando ao juiz que suas ações afetam não apenas a si mesmo, mas a todos ao seu redor. Esse aspecto pode reforçar a ideia de que o juiz não é uma ilha isolada em sua posição de poder.



  História escrita e editada por Izequiel escritor !

Nenhum comentário:

Postar um comentário