Na sua conta do Twitter, advogada e deputada estadual admite que
ex-presidenta não cometeu crime de responsabilidade. Repercussão foi rápida nas redes.
Depois de Três anos do golpe que derrubou Dilma Rousseff, e
levou Michel Temer ao poder e completou com a eleição de Bolsonaro
a presidente do Brasil, a agora deputada estadual Janaína Paschoal
do (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, confessou
que as “pedaladas fiscais”, usadas como base para justificar o
afastamento da presidenta, foram uma farsa. “Alguém acha que Dilma caiu
por um problema contábil?”, escreveu a advogada em sua conta no Twitter na manhã deste sábado dia (12).
O twitter em que o golpe foi admitido compunha uma confusa sequência em
que ela falava sobre combate à corrupção no governo Bolsonaro. “As
fraudes contábeis foram praticadas para encobrir o rombo gerado pelos
desvios! Em outras palavras: a bonança na economia, com os peculatos
contínuados (sic), fica prejudicada!”, seguiu a deputada.
O post foi na mesma hora respondido por centenas de leitores, entre
eles o jornalista Fábio Pannunzio, que recentemente desligou-se da TV
Bandeirantes e, em entrevista ao portal Brasil247, se disse arrependido
de ter participado da armação midiática para derrubar a presidenta
democraticamente eleita. “Janaína dizer isto é o mesmo que Busch admitir
que mentiu sobre as armas químicas para justificar a guerra no Iraque. Ela é a
patronesse do impeachment. Assim, somos obrigados a reconhecer que
Dilma foi, sim, vítima de uma armação para derrubá-la. De um golpe
clássico. A farsa acabou.”
A afirmação de que “as fraudes contábeis foram praticadas para
encobrir o rombo gerado pelos desvios” também foi questionada por
internautas. “A Sra. tem como comprovar isso para a Justiça? Então houve
‘rombo’ de verba federal? Por que então a PF, o MPF e o TCU não estão
investigando. Qual o processo contra ela?. Ou será que houve
remanejamento porque Cunha só votou o orçamento em maio de 2015,
deixando Dilma sem dinheiro por 9 meses?”, questionou o blogueiro e
ativista digital Stanley Burburinho.
O que foi observado aqui, foi que Dilma ficou sem dinheiro por meses por causa de Eduardo Cunha, observou o blogueiro, e nem a PF e nem o MPF e o TCU pode provar nada contra Dilma. Minha opinião.
Janaína Paschoal foi uma das autoras do pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, junto com os juristas Miguel Reale Júnior
e Hélio Bicudo. A peça foi encomendada pelo PSDB, pela qual pagou à
advogada R$ 45 mil. Seu desempenho no processo que levou à queda de
Dilma levou-a a ser eleita deputada, nas eleições de 2018, com cerca
de 2 milhões de votos – em processo eleitoral questionado pelo uso
ilegal de disparos em massa de peças de campanha por WhatsApp..
Declaração de mais um que era contra Dilam e foi favorável ao impeachment e agora acredita na inocência de Dilma.
O jornalista Fábio Pannunzio, que defendeu o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff, agora admite que ela foi mesmo vítima de
um golpe clássico. O motivo: a confissão feita por Janaína Paschoal,
parecerista contratada pelo PSDB, de que ela não caiu por "pedaladas
fiscais". Confira o tweet de Pannunzio e também sua entrevista recente à
TV 247:
Twitter de Fábio Pannunzio um dos grandes defensores do Impeachment de Dilma.
''Janaína dizer isto é o mesmo que Bush admitir que mentiu s/ armas
químicas para justificar a guerra ao Iraque. Ela é a patronesse do
impeachment. Assim, somos obrigados a reconhecer que Dilma foi, sim,
vítima de uma armação para derrubá-la. De um golpe clássico. A farsa
acabou''
Gaspari também diz agora que Dilma foi vítima de armação e que Moro fez gol de mão para derrubá-la.
Um dos poucos nomes bem mais influentes da imprensa conservadora, o jornalista Elio
Gaspari agora usa a palavra "armação" para se referir ao grampo feito
por Sergio Moro e sua equipe contra dois ex-presidentes – Lula e Dilma –
e diz que ela foi derrubada por um gol de mão armado pela turma da Lava
Jato. "No dia 16 de março de 2016, a República de Curitiba teve sua
maior vitória. Como no gol de Maradona, a bola foi ajeitada com a mão ",
diz ele
Pela primeira vez, ele usa a palavra "armação" e sinaliza que o time dos
arrependidos pode estar crescendo. Confira a brilhante descrição dos
acontecimentos feita por ele:
No dia 29 de março de 2016, o juiz Sergio Moro pediu “escusas” ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ter liberado a divulgação do áudio de um telefonema da presidente Dilma Rousseff a Lula.
Os 95 segundos da conversa detonaram a nomeação de Lula para a chefia
da Casa Civil e deram mais um empurrão na derrubada do governo petista.
Moro escreveu o seguinte:
“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo,
compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado
incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e
constrangimentos desnecessários. Jamais foi a intenção desse julgador
provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas
escusas a este Egrégio Supremo”.
Mensagens e grampos reunidos por uma equipe da Folha de S.Paulo e do
Intercept Brasil mostraram que a única coisa verdadeira na carta de Moro
era a data.
Moro e os procuradores quiseram, e conseguiram, criar a polêmica e constrangimento.
A armação, até as 13h32m do dia 16
Aos fatos:
A pedido de Moro, os telefones usados por Lula estavam grampeados
pela Polícia Federal (PF) desde o fim de fevereiro. No dia 15 de março, a
equipe que ouvia as conversas concluiu um relatório com 42
transcrições. A última havia ocorrido às 19h17m do dia 14.
Desde o dia 9 o procurador Deltan Dallagnol sabia que Dilma havia
oferecido a chefia da Casa Civil a Lula. A informação veio de um agente
da PF e, às 19h25m, Deltan solicitou ao delegado Igor Romário de Paula
que lhe conseguisse um CD com os grampos: “Estou sem nada para ouvir no
carro rsrsrs”.
No dia seguinte, falando com o delegado, Deltan pediu para receber
todo o conjunto que “pode ser importante para indicar riscos à segurança
e a condução”. Era voz corrente que Lula poderia ser preso.
No dia 13, Moro alertou Dallagnol para a possibilidade de mudança de
foro do processo de Lula caso ele virasse ministro. De fato, os grampos
do dia seguinte informavam que Lula iria a Brasília para conversar com
Dilma, precisando de “meia hora sozinho com ela”.
Às 7h45m do dia 16, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima
perguntou qual a posição da Procuradoria-Geral com relação ao assunto
que discutiria dali a pouco com Moro. Tratava-se de saber o que se faria
com o relatório dos grampos. Carlos Fernando queria “abrir tudo”.
Ele sabia que Lula e Dilma estavam tomando café da manhã juntos e explicou: “Por isso a urgência”.
Às 11h12m, Sergio Moro oficiou à PF a suspensão da escuta dos
telefones. Ali havia de tudo, da indecisão de Lula ao seu espanto com o
tamanho da manifestação do dia 13, quando 3,6 milhões de pessoas foram
para as ruas protestar contra o governo, e até assuntos familiares, como
uma cadeira de rodas para seu irmão Vavá.
Até as 12h58m, Moro não havia decidido tirar o sigilo das 42
conversas transcritas pela Polícia Federal. Divulgadas, elas
prejudicariam a manobra, mas não teriam um efeito letal. Eram menos
escabrosas do que as gravações que o ex-diretor da Transpetro Sérgio
Machado vinha fazendo clandestinamente ao conversar com Romero Jucá,
Renan Calheiros e José Sarney.
O telefonema de Dilma muda tudo
Às 13h32m, Dilma telefonou para Lula, avisando que o “Bessias”estava a
caminho, levando o documento de sua nomeação para chefia da Casa Civil.
Doze minutos depois, o jogo mudou. Numa rapidez inédita, o agente federal Rodrigo Prado informou aos procuradores:
“Senhores: Dilma ligou para Lula avisando que enviou uma pessoa para
entregar em mãos o termo de posse de Lula. Ela diz para ele ficar com
esse termo de posse e só usar em ‘caso de necessidade’... Estão
preocupados se vamos tentar prendê-lo antes de publicarem no Diário
Oficial a nomeação do Lula”.
Às 13h46m, o Planalto divulgou a nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil.
Às 14h26m, o delegado Luciano Flores de Lima mandou que Prado
transcrevesse a conversa de Dilma com Lula, “sem comentários”. Às
15h34m, o delegado narrou ao juiz Moro o conteúdo da conversa.
Às 16h21m, Moro levantou o sigilo de todos os telefonemas, inclusive
daqueles que ocorreram depois do seu despacho suspendendo a escuta.
Às 17h21m, Moro disse a Deltan que havia levantado o sigilo mas que
“aqui não vou abrir a ninguém”. Minutos depois, mandou uma mensagem
urgente ao procurador, mas seu conteúdo não é conhecido.
“O mundo caiu”
Às 18h40m, ao vivo e a cores, o diálogo de Dilma com Lula foi ao ar e o procurador Carlos Fernando registrou: “Tá na GloboNews”.
Deltan comentou: “Ótimo dia. Rs”.
O procurador Athayde Costa arrematou: “O mundo caiu”.
Caiu, mas todos sabiam o que haviam feito.
O procurador-geral Rodrigo Janot estava na Suíça e seu chefe de
gabinete, Eduardo Pelella, perguntou: “Vocês sabiam do áudio da Dilma?
(...) A gente não falou sobre isso”(19h17m).
Minutos antes, Deltan dissera que “por cautela, falei com Pelella e
deu ok”. Esquisito, porque ao saber que o grampo de Dilma com Lula não
estava no relatório da PF, Pelella espantou-se:
“Não estão nos relatórios? Caralho!!!” (19h23m).
A partir das 21h, os procuradores de Curitiba temem pelo que pode
acontecer. O procurador Orlando Martello, que se surpreendeu com a
divulgação dos áudios, avisa:
“Estou preocupado com o Moro! (...) Vai sobrar representação contra ele”.
Carlos Fernando concorda: “Vai, sim. E contra nós. Sabíamos disso”.
A procuradora Laura Tessler entra na conversa: “A população está do
nosso lado, qualquer tentativa de intimidação irá se voltar contra
eles”.
Martello propõe: “Se acontecer algo com Moro, renúncia coletiva MP,
PF, RF”. (Ministério Público, Polícia Federal, Receita Federal).
Carlos Fernando gostou da ideia:
“Por mim, ok. Adoro renunciar... Rsrsrs”.
Nessa troca de mensagens que foi das 21h às 23h, os procuradores
Andrey Borges de Mendonça e Antonio Carlos Welter levantaram dúvidas
quanto à legalidade da divulgação do grampo de Dilma com Lula. Seis
outros acompanharam a tese de Carlos Fernando para quem discutia-se uma
filigrana, prontificando-se a renunciar, indo à televisão para denunciar
o governo.
Não foram necessárias renúncias coletivas nem entrevistas agressivas.
A manobra teve o apoio da opinião pública, o ministro Gilmar Mendes
cassou a posse de Lula e seis meses depois Dilma Rousseff foi deposta
pelo Congresso.
No dia 16 de março de 2016, a República de Curitiba teve sua maior
vitória. Como no gol de Maradona, a bola foi ajeitada com a mão (“de
Deus”, como ele disse).
Cinco dias depois, trocando mensagens com Deltan, Sergio Moro resumiu sua conduta:
“Não me arrependo do levantamento do sigilo. Era a melhor decisão”.
Era?