Na obra de ficção
"O Alienista", Simão Bacamarte obteve autorização da câmara para
realizar suas pesquisas. Diariamente, Simão aumentava o número de pessoas na
Casa Verde, mas seus estudos fracassados o levavam a soltar alguns loucos e
iniciar um novo estudo. Atualmente, esse conto assemelha-se à luta diária das
mulheres brasileiras, que espera ultrapassar as barreiras que separam o direito
à liberdade e ameaça à vida, e recomeçam do zero em busca de novas estratégias
para garantir a segurança de todas as mulheres em nosso país.
Conforme a professora Fabiana Cristina, o Brasil ainda vive um processo no qual as mulheres são menos valorizadas. Ela analisa que a sociedade brasileira é consertada por um sistema patriarcal, que determina símbolos e simbolizados sobre o que é ser homem ou mulher, evoluiu em uma posição mais subordinada para as mulheres. Uma pesquisa de opinião chamada "Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher - 2021", realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, revelou que a maioria das mulheres brasileiras (86%) percebe um aumento na violência cometida contra pessoas do sexo feminino no último ano. No entanto, muitas pessoas, tanto homens quanto mulheres, ainda não estão preparadas para enfrentar essa realidade. E o que leva a população brasileira a não combater o machismo contra as mulheres? Geralmente, a resposta está associada à própria educação no Brasil, onde mulheres, por medo ou até mesmo por amor, deixam de denunciar seus companheiros, dificultando muito o trabalho das autoridades no combate à violência contra as mulheres.
Contudo, são necessárias medidas para resolver
esse problema, e tanto os governantes quanto a própria população brasileira
devem promover palestras educativas para desconstruir os argumentos machistas.
Quanto mais se disseminar a ideia de desconstrução desses padrões, menos violência
contra as mulheres enfrentamos. Caso contrário, ficaremos presos apenas em
expectativas ilusórias de falsa liberdade feminina, sem alcançar nossos
objetivos, e acabaremos frustrando, assim como Simão Bacamarte, que se acolheu
à sua insignificância como médico.